sábado, 9 de junho de 2012

Entrevista com Wedres Jesus - "A3 HIP HOP DETERMINAÇÃO E GARRA"


Wedres Jesus - A3 HIP HOP DETERMINAÇÃO E GARRA 

É difícil para aqueles que não trilharam o caminho da dança entenderem por que jovens empenham horas e mais horas em treinos exaustivos para executar “... movimentos...".
Mas, quem dança e vivencia na pele esta experiência, entende que isso em nosso país só pode ser motivado por um imenso amor. A dança é como um sacerdócio é vocação. Todos nós temos grandes objetivos na vida e lutamos para superá-los. Mas quando o assunto é dança, é preciso ter mais que paixão, é preciso ter fé... Fé no seu sonho, fé no seu empenho, fé na sua força de vontade.
Este jovem talento do grupo A3 HIP HOP divide conosco um pouco da sua história. Suas alegrias, seus sonhos e sua coragem para seguir em frente, buscando seu espaço e o reconhecimento da sociedade.
Podemos reconhecer muito da nossa história lendo esta entrevista. Mas, surpresas aguardam aqueles que se aventurarem nesta lição de dedicação e amor a dança.
Começam melhor Wedres Jesus:


Dançarinos de SV: Conte um pouco sobre sua infância., você era muito levado?
 Wedres:  Bom levado? Acho que eu fui um pouco de cada. Era estudioso na escola, mas aprontava muito com os amigos de infância, e só queria saber de fazer piruetas no intervalo de aula, em casa sempre fui um bom menino "sabe aquela história", longe dos pais a bagunça come solta, perto deles a educação reina, eu era bem assim. Mas sempre fui tranquilo e nunca levei preocupação pra casa. Meus tempos de criança foram ótimos e como todo menino sonhava em ser jogador de futebol até conhecer a dança.

Dançarinos de SV: Quando começou sua história na dança? Como foi?
Wedres: Minha história na dança começou aos 9 anos quando conheci um amigo chamado Hugo. Tudo começou quando ele, na época me mostrou fitas de batalhas de break dance bboy's e B-girls, eu fiquei alucinado com o que o ser humano podia fazer, então ali eu busquei minha inspiração. Ele me ajudou me ensinando todos os movimentos básicos de break dance. Dali não parei mais. Ao longo do tempo criamos um grupo de amigos, mas com todo mundo crescendo, os estudos ficando importante e alguns eram mais velhos que eu foram trabalhando e parando de dançar. Eu e mais um amigo chamado Anderson "o Kbelo" continuamos e nos aperfeiçoamos em outros estilos, como o Free style, House, Loocking & amp; LA Hip Hop onde conheci pessoas importantes para o meu desenvolvimento hoje na dança.

Dançarinos de SV: Quais foram suas maiores dificuldades no começo?
Wedres: Minha maior dificuldade foi encontrar tempo pra treinar, viajar e desenvolver o Hip Hop. Agendar trabalho e escola... Foi complicado, e poucas pessoa sabem, mas eu sofri uma luxação no músculo do ombro e isso fez com que eu parasse de treinar break dance, mas isso não me abalou. Me recuperei e voltei com tudo! Pessoas me criticavam, meus pais no começo, brigavam direto, falavam pra mim que eu tinha que trabalhar e pensar em estudar. Isso me entristecia, mas não me fez parar, sempre enfrentei as dificuldades de cabeça erguida.

Dançarinos de SV: Onde você busca inspiração?
Wedres: Busco inspiração em pessoas que, em alguns esportes se superaram e trago pra mim na dança.
 Me inspiro, também, em amigos coreógrafos e na cultura de alguns países em relação a dança e em todos os estilos, principalmente na cultura Norte americana .

Dançarinos de SV: Dança e família: como é essa relação?
Wedres: No começo de tudo foi complicado, várias turbulências... Discussão. Mas, hoje isso deixou de acontecer, hoje sou valorizado pela a minha família porque mostrei pra eles que nada vai me fazer parar e é o que eu amo fazer.

Dançarinos de SV: Qual o estilo de dança que você mais se identifica? Por que?
Wedres: Identifico-me muito com o LA Hip Hop, esse estilo é onde a música te escolhe sabe...É como se ela pedisse pra você transmitir ao público o significado total das batidas, letras e sobre a movimentação do seu corpo.

Dançarinos de SV: Fale um pouco sobre a sua relação com seus companheiros de grupo:
Wedres: É de total admiração e confiança entre todos. Como todo grupo, às vezes, temos opiniões contrárias, mas sempre almejando um único objetivo!

Dançarinos de SV: A dança proporciona momentos únicos. Do que você têm saudades? O que te marcou e por que?
Wedres: Tenho saudades do tempo em que vários amigos se encontravam em locais públicos e ali mesmo se abria uma roda com um som maneiro e começava a arte pura de rua.E duas coisas me marcaram até hoje, minha primeira apresentação em um festival onde ganhamos 1º lugar com o Grupo Sabotagem Juvenil, e outro momento marcante foi recente onde vi uma mulher incrível, e poder dançar ao lado dela no Especial  de Natal da Xuxa. Foi muito marcante esses dois momentos!

Dançarinos de SV: Quais são os seus projetos para este ano?
Wedres: Elevar o nome do meu grupo que é recente na baixada, o A3 HIP HOP, e ajudar um amigo e coreógrafo de outro grupo que faço parte onde o Alessandro Cardoso (ATMOSFERA) coordena e dirige um Projeto chamado D.A.C. - Dança, Arte e Cultura no bairro Parque da bandeiras na Área Continental - São Vicente. Reerguer a ONG PROGRESSO no bairro do Catiapoã onde ensaio e levar a Dança a comunidade.

Dançarinos de SV: Na sua visão, o que está faltando para a sociedade reconhecer os profissionais da área?
Wedres: Tá faltando união de todos, tem que deixar o orgulho de lado e se juntar. Mostrar a cara pra políticos e ver que com a dança, seja qual estilo for, traremos melhoramentos a toda Baixada Santista e assim servir de exemplo pra mais pessoas. Enquanto isso não acontecer, seremos sempre tratados como "mais um" na sociedade. Sendo que, o que fazemos é arte onde atraímos olhares de todo tipo de pessoa curiosa em ver o trabalho de todos os grupos. Então é isso, é representantes de cada grupo se juntarem e apresentarem um projeto onde o termo é "somos artistas e estamos aqui pra mostrar o  nosso show" e assim, trazer a valorização pro Hip Hop e outras danças!

Dançarinos de SV: E no que você pretende contribuir para melhorar isso?
Wedres: Pretendo quebrar barreiras, fazer diferente, ir contra a palavras de muitos que não acreditam. Serei ousado e meio que mal educado, mas num sentindo bom, aguardem e coisas boas virão a esse respeito.

Dançarinos de SV: Vamos supor que você possa fazer uma grande revolução no cenário da dança aqui na nossa região: O que faria? E começaria por onde?
Wedres: Eu me espelho na cultura americana onde os festivais são pra mostrar os talentos dos grupos para agências, onde se contratam para filmes comercias, flash mob, etc.. Onde os grupos nem se quer se preocupam em pagar inscrição, onde apenas a preocupação é dançar e mostrar o trabalho.Garanto que traria um publico imenso, mas pra começar, isso precisaria de um apoio da secretaria da cultura e de patrocínios. Mas, pra isso acontecer, tem que entrar a valorização e respeito sobre todos!

Dançarinos de SV: Temos aqui na cidade muitas crianças e adolescentes começando a dançar. Você poderia mandar um recado especial para eles?
Wedres: Só posso dizer que se gosta, e realmente ama a dança, enfrente tudo, não abaixe a cabeça pra nada. A recompensa demora, mas quando chega, é muito gratificante. É isso, vamos fazer crescer a dança na nossa região.

Dançarinos de SV: E para todos os dançarinos que estão lutando por sua arte, o que você tem a dizer: 
 Wedres: Valorizem-se, não desistam do seu sonho, corram atrás, sorriam pra tudo.Nada é impossível ou difícil, tudo tem um motivo pra acontecer, se estiver complicado, procurem tornar mais fácil. Sejam ambiciosos e tenham garra, que no futuro serão recompensados por tempos de suor derramado em busca da valorização, com muita fé e sempre levando Deus no coração.

Dançarinos de SV: Agora, para todos os seus amigos e admiradores, abra o seu coração:
Wedres: Nunca pensei que a evolução viria tão rápido, nem se quer imaginei que continuaria a levar essa arte pra vários lugares. Pensei que seria mais um ser humano com rotina, mas quebrei esse estilo de vida e hoje agradeço a todos que compartilham momentos comigo, que acreditam no meu trabalho, que me aceitam do jeito que sou. E por onde passo, hoje tenho o respeito de vários e espero que continue assim por várias gerações. E que eu possa retribuir, de alguma forma, o carinho que amigos e admiradores tem por mim. A minha satisfação e alegria é poder dividir com todos, um pouco do que sei e o que faço. Muito obrigado!


Por mais difícil que seja o caminho, você só chegará ao final se ousar trilhá-lo...
E Wedres já está nele. Estaremos acompanhado para aplaudir este jovem dançarino e seus grupos em cada obstáculo superado, em cada meta alcançada.
A equipe de Dançarinos de São Vicente lhe deseja muito sucesso.



Por Alabá Bispo.








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